Não estávamos preparados para a surpresa que nos aguardava. O passeio partiu da vila de pescadores na praia de Kizimbazi ao sul da ilha de Zanzibar. Entramos no barco com a única certeza que o enjôo viria logo, pois os 40hp do motor de popa mal tinham força para vencer as ondas que só de olhar viravam o estômago. Foram 20 minutos de perrengue e eu estava quase pedindo para voltar quando o timoneiro (que tinha um caso de elefantíase na perna pior que qualquer foto do meu livro de ciências da quarta série) gritou – dolphin, left look! A princípio não vi nada, então apareceram 5 golfinhos bottlenose (Tursiops truncatus), seguidos de mais 5 e mais e mais até ficar difícil de contar. Pulamos na água e vimos o grupo que estava nadando a uns 15 metros de profundidade. Eu e o drico mergulhamos e dois golfinhos mais curiosos resolveram subir e averiguar o que seriam aqueles dois seres desajeitados de nadadeiras azuis. Eles subiram rápido e pararam a uns 2 metros de distância, aí foram se aproximando mais devagar até chegar a uns 50 centimetros de nós.
Não sou capaz de descrever o que sentimos. Quem já assistiu ao filme Le grand bleu ( 1988 – Luc Besson, “imensidão azul”) pode buscar na memória a cena onde Jacques Mayol desce para as profundezas um lugar onde o silêncio só é interrompido pelo suave apito dos golfinhos . Por alguns longos segundos ficamos nos olhando, silêncio completo num mar azul turquesa, e creio que os quatro sentiram o mesmo, que havia um ser inteligente por trás daqueles olhos.
Ficamos mais dez minutos na água nadando com todos eles, até que o grupo se foi, deixando um gosto de quero mais e a lembrança do olhar, que chega a dar um arrepio pois pra mim ficou claro que a curiosidade era mútua, e que eu e o drico não éramos os únicos seres inteligentes ali na água.
terça-feira, 28 de abril de 2009
domingo, 26 de abril de 2009
Spices from Zanzibar
Tanzânia, famosa por ser a terra natal do Fredie Mercury e do ser Humano. Os primeiros vestígios do homo habilis, o primeiro fóssil do gênero homo (entenda-se aquele que sucedeu o australopitecus, e não o que vocês imaginaram) foram encontrados por aqui! (e claro, fiz o comentário pois estou lendo "People from the Lake", de Richard Leakey um dos mais famosos antropólogos do mundo, conhecido pela descoberta do crânio 1470, o tal do Homo Habilis)
A chegada a Dar es Salaam foi puro Tanzanian Style. Dois ratos grandes no saguão do aeroporto e enquanto preenchíamos os papéis da imigração a luz acabou e tivemos que esperar uns 3 ou 4 minutos no escuro (no aeroporto internacional) antes de poder entrar no país.
A saída do aeroporto é diretamente na rua, no meio do caos de carregadores, motoristas de táxi e todo o tipo de ambulante te agarrando pelo braço, confesso que senti meu primeiro contato com a Africa real, perto daqui a Africa do Sul é europa!
Fomos literalmente assaltados pelo mr. Tanganika, o motorista de taxi que nos pareceu mais honesto e que acabou se aproveitando de nossa situação cambial (quando chegamos a casa de cambio do aeroporto estava fechada, e o caixa automático nem ligado estava) e topou receber em US$ pelo cambio de Tsh 1000 (depois descobrimos que o aceitável é cerca de 1350, uns 30% a mais...) e nos levou para o Luther House Hostel, ao lado da Igreja Luterana de Dar es Salaam, talvez um dos lugares mais seguros da cidade ;-)
No dia seguinte rumamos para Zanzibar, famosa por ser o entreposto comercial entre India e Europa entre os séculos XV e XVIII. De Zanzibar esperávamos pouco, mas ao invés de descrever vou usar imagens para contar nossa surpresa...
Scuba diving nos corais de Zanzibar
Macaco Red Colubus, parentes?
Luau na praia, e um brasileiro fora de compasso...
E a nossa modesta choupana na praia de Nguwi
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
Aqui o vento faz a curva
O navegador português Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a passar por aqui em 1488 e chamou este lugar de Cabo das Tormentas. Apesar de não ser o ponto mais ao sul do continente (o cabo das Agulhas a 150km daqui fica ligeiramente mais ao sul) o Cabo da Boa Esperança é o ponto onde os navegadores viram do sul para o leste e assim ficou conhecido como a ponta da Africa.
Mais de 520 anos depois este lugar marca o ponto mais ao sul da nossa passagem pelo continente africano. Agora rumamos para a Tanzania para chegar ao cume do continente no monte Kilimanjaro...
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domingo, 19 de abril de 2009
Finalmente!
E finalmente o Drico chegou! Nos encontramos em Cape Town e logo de cara fomos treinar para o Kilimanjaro. Subimos as Table Mountains para apreciar a vista do fim de tarde do litoral Sul Africano.
De lá seguimos viagem para o Leste, paramos em algumas vinícolas para provar o famoso Zifandel Sul Africano e rumamos para cidade de Hermanus para mergulhar com o grande Tubarão Branco. Confesso que minha expectativa era baixa, na saída matinal o capitão disse que não havia visto nenhum tubarão, e esta não é a melhor época para ver os bichos... Mas, eles sabiam que precisávamos deles pois sem eles esta etapa não poderia se chamar Face your Fears.
Foram 4 horas no mar e 7 tubaroes brancos, o maior com cerca de 5,5 metros. Eu estava enjoando na espera, mas quando a primeira barbatana surgiu na água a adrenalina foi tanta que o enjôo passou na hora!
Acho que a foto conta tudo, o quarto tubarão bateu na gaiola enquanto eu estava lá dentro, mal deu tempo de tirar a foto pois minha maior preocupação naquela hora era deixar os pés e mãos bem longe da grade, e nessa gaiolinha isso é uma tarefa complexa!
domingo, 5 de abril de 2009
Face your Fears!!

No próximo mês vamos saltar, mergulhar e escalar em um caldeirão de aventuras até chegar ao cume da Africa!
Enquanto o Adriano se recupera do tombo de bicicleta que atrasou a chegada dele em 2 semanas, eu comecei a descer a costa leste da Africa do Sul, conhecida como Wild Coast (de Durban a Cape Town), que, by the way, acredito ser um dos melhores lugares do mundo para Mochilar!
Além de excelente infra estrutura e transporte específico para backpackers (bazbus - www.bazbus.co.za) o lugar possui incrível beleza natural, montanhas, cachoeiras, trilhas, esportes de aventura, praias, surf, mergulho, e de lambuja é o berço do Nelson Mandela e de toda a historia do apartheid!
A primeira semana foi demais! Shark dive no recife de Aliwal Shoal (sem gaiola, vi dois black fin, quatro ragged teeth e um tubarão tigre de 3 metros, suficiente para me deixar morrendo de medo de surfar por aqui!), saltei do maior bungee jump do mundo - 216 metros, saltei do maior rope swing do mundo (a diferença entre os dois é que o bungee está para o Ioiô assim como o rope swing está para o pêndulo, ou seja, no rope swing, ao invés de cair em linha reta, se faz um semi círculo, uma balança gigante de 190 metros de altura...), e finalizei com o clássico surf em Jeffrey's Bay!
E o melhor de tudo é que fui um filho exemplar, e poupei minha mami de toda e qualquer preocupação só contando agora, depois de ter sobrevivido são e salvo!
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quinta-feira, 2 de abril de 2009
You say goodbye, and I say hello... hello, hello...
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